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O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial que pode afetar indivíduos de diferentes origens, faixas etárias, condições socioeconômicas, orientações sexuais e identidades de gênero. Mas o suicídio pode ser prevenido, e saber reconhecer os sinais de alerta é o primeiro passo.
No caso de crianças e adolescentes, a sua condição de pessoas em situação peculiar de desenvolvimento exige ações que possam apoiá-los nesta fase e que contribuam para a prevenção da violência interpessoal e da violência auto-provocada.
Violência autoprovocada - Compreende ideação suicida, autoagressões, tentativa de suicídio e suicídio consumado.
Ideação suicida - Quando o suicídio é visto como uma saída para uma situação de sofrimento. Pode abrir as portas para um plano de suicídio. No caso de crianças e adolescentes, isso pode acontecer quando há uma depressão grave com baixa auto-estima, humor deprimido, incapacidade de ver que sua situação pode melhorar, sentimento de que não há motivos para viver ou nenhuma chance de ser feliz.
Autoagressão - Qualquer ato intencional de automutilação (com faca, aparelho de barbear, caco de vidro, etc) ou outras formas de causar dano a si mesmo (como queimar-se com cigarro), sem intenção de morte. Por vezes, crianças e adolescentes relatam que se autoagridem com o objetivo de controlar e/ou aliviar uma dor emocional.
Tentativa de suicídio - Quando o indivíduo se autoagride com a intenção de tirar a própria vida, utilizando um meio que acredite ser letal, sem resultar em óbito.
Suicídio - Ato deliberado de tirar a própria vida, com desfecho fatal.
Fatores que podem aumentar o risco de autoagressão ou tentativa de suicídio em crianças e adolescentes:
•História de tentativas de suicídio ou autoagressão (por ex., automutilação);
•Histórico de transtorno mental;
•Bullying;
•Situação atual ou anterior de violência intra ou extra-familiar;
•História de abuso sexual;
•Suicídio(s) na família;
•Baixa autoestima;
•Uso de álcool e outras drogas;
•Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança;
•Expressão de ideias ou de intenções suicidas;
•Diminuição ou ausência de autocuidado;
•Mudanças na alimentação e/ ou hábitos de sono;
•Uso abusivo de drogas/álcool;
•Alterações nos níveis de atividade ou de humor;
•Crescente isolamento de amigos/família;
•Diminuição do rendimento escolar;
•Autoagressão: — Mudanças no vestuário para cobrir partes do corpo, por exemplo, vestindo blusas de manga comprida; — Relutância em participar de atividades físicas anteriormente apreciadas, particularmente aquelas que envolvem o uso de shorts ou roupas de banho, por exemplo.
Os vínculos são uma das principais chaves para prevenir inclinações suicidas entre crianças e adolescentes. O apoio familiar é essencial, assim como as relações sociais, em festas, na família, na escola, nos esportes, etc. Incentivar a criança ou adolescente a acreditar em si mesmo, estar aberto a ouvi-los e a compartilhar experiências, aprendizados e orientações também é primordial.
As boas experiências promovem a autoestima da criança e do adolescente. É preciso incentivá-los a não ser sempre o melhor, mas a sempre fazer o seu melhor, e comemorar suas conquistas. A autoestima protege contra a desesperança e o amor e a empatia jamais devem ficar de fora dessa equação.
Comunicação e confiança são palavras-chave: saber analisar a situação, incentivar e encorajar o jovem a trocar ideias, a falar sobre seus conflitos e, novamente, estar aberto a ouvir sem julgamentos ou repressões, é papel do adulto responsável, lidando com o sofrimento daquela pessoa e com suas questões com seriedade, sensibilidade e respeito.
Vale ressaltar a necessidade de supervisão daqueles que demonstram comportamentos de risco para fins de prevenção. Se constatada a propensão ao ato suicida, não custa remover de seu local de convívio itens como facas, armas de fogo, medicamentos, drogas, bebidas alcoólicas e outros itens nocivos com o objetivo maior de preservar a vida.
Apoio médico é essencial. O encaminhamento da criança ou adolescente com tendências suicidas a profissionais qualificados como pediatras, psicólogos e psiquiatras pode salvar uma vida!
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